9.10.19

Uma leitura da vitória do PS no Concelho de Tomar e no Distrito de Santarém

Comecemos por confrontar o meu método de ponderação das sondagens e outros estudos de opinião, na sua projeção para o Distrito de Santarém.

Os resultados no Distrito foram estes:

A última projeção que publiquei, a 2/10/2019, era assim:

Assim, podemos olhar para esta tabela, e verificar a diferença entre ambas:

Constata-se portanto, que há uma correspondência exata na atribuição dos mandatos (4PS, 3PSD, 1BE e 1CDU) e muito pequenas variações da projeção, face ao resultado real, nos partido que obtiveram mandatos, todas elas com uma variação inferior a 5% dos respetivos resultados e, nas percentagens reais variações que se percebem como minúsculas - p.exemplo a projeção dava mais 1% ao PS do que ele teve efetivamente no Distrito, dava mais 0,8% ao PSD, mais 0,07% ao BE e mais 0,24% à CDU.

Assim, podemos concluir que o meu médio de projeção distrital, baseado nos desvios das votações para os principais partidos, entre a votação nacioanl e distrital, conjugado com as médias ponderadas de Fabionacci, conseguem uma real aproximação ao resultado distrital, com uma margem de erro inferior a 3,1% por resultado.

O último deputado a ser eleito, foi o deputado da CDU, o qual se esta tivesse tido menos 295 votos, ou o PS mais 1474 votos, não seria este o eleito, mas sim o 5º do PS. Para o 4º do PSD conseguir ser eleito, precisaria de mais 10507 votos.

Constata-se também que se o PS tivesse tido mais 10066 votos, elegeria o 5º deputado em detrimento do 3º do PSD.

A votação do PS no Distrito subiu 4,22% em valor absoluto, o que representa uma subida de 12,82% face aos votos obtidos em 2015.
A CDU desceu 2,07% em valor absoluto, o que representa uma descida de 21,47% face aos votos obtidos em 2015.


NO CONCELHO DE TOMAR

Os resultados foram os seguintes:

Aqui observa-se que o PS subiu 5,74% em valor absoluto, o que representa um aumento de 17,67% dos votos obtidos em 2015, valor muito superior à subida a nível distrital.
A CDU desceu 1,36% em valor absoluto, o que representa uma descida de 21,9%, valor semelhante à média distrital.

Dado que o valor da subida do PS em Tomar foi muito superior à média distrital (17,67% vs 12,82%), fez-se o exercício matemático de tentar descobrir quantos votos isso representa. Ou seja, se o desvio da votação em Tomar em 2019, fosse a mesma que em 2015 (32,49/32,91-1=-0,00030386), o PS teria tido (37,13x[1-0,00030386]=37,1187%. Ora o PS obteve em Tomar, em 2019, 38,23%, ou seja, mais 1,1113%, o que multiplicado pelos 18848 votantes, dá 209 votos.

Concluindo: O deputado do PS residente em Tomar e seu presidente da Concelhia, hoje já conhecido, após 4 anos de excelente trabalho de proximidade realizado, acrescentou 209 votos na votação concelhia.

Bem. Em abono da verdade, estou convicto que o deputado Hugo Costa, re-eleito deputado, valerá muito mais do que os 209 votos, mas que parte dos votos que ele conquistou - pessoalmente, para o PS, foram perdidos por aqueles que a gestão do ATL conseguiu delapidar durante estes mesmos anos. 
Mas, para isso não há prova matemática. Certos são estes 209 votos a mais.


COMO ESTÁ A EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ELEITORES?


Abrantes - eleitores em 2015: 34185, em 2019: 32372, menos 1813 (-5,30%)

Ourém - eleitores em 2015: 42892, em 2019: 41335, menos 1557 (-3,63%)

Torres Novas - em 2015: 32036, em 2019: 31.063, menos 973 (-3,04%)

Tomar - eleitores em 2015: 36327, em 2019: 34326, menos 2001 (-5,51%)

Ou seja, entre os Concelhos mais populosos da NUTIII Médio Tejo, o Concelho de Tomar é o que mais perde de população, a uma média de 500 eleitores por ano. 

Tomar tem atualmente mais 3263 eleitores que Torres Novas, mas perde a cada 4 anos, mais 2,47% eleitores que este. Assim, é provável que dentro de menos de 15 anos o numero de eleitores de Torres Novas seja superior ao de Tomar.