6.12.18

Porque há no PS quem NUNCA aprenda a governar?

a NOTÍCIA...

FENPROF
"Querem guerra, guerra terão." 
Professores falam em "absurdo" após reunião com o Governo


Executivo convocou reunião para esta quarta-feira na qual se discutiu "uma lei que não existe". <LER MAIS>

O comentário:

Há cerca de dez anos, todo o país andava em bolinas com a contestação dos sindicatos dos professores, dos professores, das famílias, pela enorme confusão lançada pela - justa tentativa da tutela melhorar o sistema de avaliação destes funcionários do Estado.

O problema então, não era tanto a reforma do sistema de avaliação, mas tão sim toda a forma, quer como o Ministério atuou, quer como a generalidade das Escolas interpretaram aquilo que era exigível. No final, uma enorme trapalhada, mega manifestações, um exacerbar de posições, as tias de Cascais a descerem a avenida ao lado dos extreme-gauche, terminando com a perda da maioria absoluta que José Sócrates havia conquistado para o PS nas eleições de 2005, nas eleições seguintes, onde a sua grande antagonista foi Manuela Ferreira Leite pelo PSD, a tal que havia corrido das listas de candidatos dois históricos da bancada parlamentar social-democrata, precisamente Pedro Passos Coelho (por Vila Real) e Miguel Relvas (por Santarém).

Essa foi a História da altura e todos nos recordamos bem como tal acabou: incapaz de conseguir um acordo parlamentar com uma das forças políticas aí existentes (PSD, PP, PCP, BE e PEV), o PS de Sócrates, cada vez mais acoitado na sua minoria "sapiente", numa Europa a não saber tomar conta da brutal sangria financeira, exercido pelos agiotas, financiados com dinheiro da União, levaram à vitória da direita em eleições antecipadas de 2011, e vários anos (até hoje) de perda de rendimento e de direitos do povo Português.

Perguntarão que ligação existe entre este confronto de Professores com a tutela ministerial de então e a atual? É que uma gerou a outra. Ou seja: foi em resultado da suspensão da contagem do tempo de serviço, para efeitos de progressão da carreira, enquanto não houvesse uma efetiva avaliação (grosso modo), que chegámos aqui, em 2017/18, com a exigência de que, terminada a crise (será que terminou mesmo?) e efetivamente reposto um sistema de avaliação, havia que retomar o processo de eveolução profissional destes trabalhadores da administração pública.

E, foi assim que se passou com, quase, todas as outras carreiras da função pública: já neste ano, foram reposicionados várias centenas de milhares de profissionais da AP, tendo em conta os anos (todos) anteriores, somando as suas avaliações e o pagamento, esse foi distribuído por vários anos - 2018, 2019 e 2020, face às dificuldades orçamentais do País (onde parece que a crise não terminou mesmo, apesar do que a Geringonça nos quis fazer crer).

Mas, os professores, entre outros, ficaram à espera que terminasse a negociação sobre a forma e o modo, como se processaria essa, natural, reposição. Debalde!
A teimosia da tutela, ao insistir em algo que naturalmente o Tribunal Administrativo, o Supremo ou mesmo o Constitucional, a seu tempo, avaliarão como obrigação óbvia do Estado tratar de forma equivalente todas as carreiras da administração pública, sendo no entanto natural que possa haver diferenças na aplicação da reposição financeira efetiva a cada uma, face às disponibilidades orçamentais do País.

Uma teimosia, leva a outra e, mesmo com uma maioria de esquerda, de suporte ao Governo do Partido liderado pelo derrotado das últimas eleições legislativas de 2015 (A.Costa), o PS foi incapaz de perceber que a diferença que poderia haver entre o seu erro anterior (de 2006-8) e o atual, seria a rapidez em que desmontasse e desmobilizasse esta e outras, naturais contestações, de uma massa de trabalhadores que começa a estar farta de ser sempre a mais prejudicada, sempre que algo corre mal no País.

O que o PS de A.Costa não percebe é que a diferença entre a conversa fiada e a governação da gestão das espectativas, obrigava a que "A palavra dada, fosse palavra honrada", como amiúde o líder que ficou conhecido por ser aquele que apelidou uma vitória do PS em 2014, perante toda a direita unida, de poucochinha, mas que depois perdeu as eleições de 2015, para essa mesma direita, por mais percentagem do que aquela pelo qual o PS, por si não liderado (era-o por António José Seguro), havia ganho as Europeias.

Dá ideia que há no PS quem nunca aprenda a Governar.
Se ao caos que há anos se vive na saúde, somado aos cacos em que está transformado o sistema de proteção civil e ao descrédito em que o sistema de defesa nacional e  de segurança interna, depois dos casos dos roubos de armas, greves nas prisões, Hospitais, incêndios repetidamente mortais, com uma descoordenação de comando e meios nunca visto, o Governo atuasse com bom senso, talvez pudesse augurar transformar o mais baixo déficit da História democrática do País, num grande sucesso eleitoral em 2019.

Acontece porém que, havendo mesmo no PS quem nunca aprenda a governar, não se augura nada de bom no que se irá passar nos próximos meses. É que a partir das eleições Europeias de Maio, com uma subida em flecha do peso da direita nacionalista e ultra-nacionalista no PE, levará a um poder europeu menos tolerante com gastos públicos de monta a apoiar Países em dificuldades - os mesmos de sempre, que ficarão de novo expostos aos agiotas do costume.

Ou seja, o PS em lugar de governar para as pessoas, envolvendo-as nas suas políticas, preparando essa aliança "povo-governo", para as tormentas que aí vêm, optou pelo confronto e pela irresponsabilidade em todas as frentes, ao sabor de agendas minoritárias e exageradas, como foi o caso das Touradas/Civilização ou a falta objetiva de políticas que facilitem as mulheres a terem mais filhos, parecendo esquecer que são mesmo elas que têm filhos e não os homens, como alguns setores loucos, dão a entender, nas parentalidades exacerbadas e que não têm nexo para a maioria dos cidadãos...

A.Costa, conduz a alta velocidade o PS e o Governo contra a parede.
Até quando?