6.10.18

A Gala Internacional de Acordeão dos Templários realizou-se em Tomar. Sabia disso?

Em 2010, esse ano fatídico em que várias coisas aconteceram - sendo assim em todos os anos, certo? - deu-se início em Tomar à Gala Internacional de Acordeão dos Templários, numa parceria entre o Município de Tomar e o Atelier do Acordeão, sediado em Ferreira do Zêzere, onde pontua o conhecido acordeonista Bruno Gomes.

Perceba-se o porquê de ter trazido para Tomar tal evento. Depois de anos e anos de pseudo-elitização de Tomar, havia que popularizar a atividade cultural, uma vez que a esmagadora maioria da população do Concelho de Tomar não pertencia àquela classe social para a qual parte das atividades culturais era promovida.

Foi então que, com a equipa técnica do Turismo e da Cultura, por mim coordenada enquanto seu responsável político, com o inestimável contributo do então adjunto Leonel Graça, foi possível lançar base de diversas iniciativas que ainda hoje perduram, passados oito anos, como sejam o Mercado da República, que se realiza no domingo dia 7 de outubro, em parceria com a Comissão Técnica dos Templários da Federação do Folclore Português e o Festival Internacional de Acordeão dos Templários.

Claro que, dado que este tipo de iniciativas não são pelas "pseudo elites" da Cidade vistas como atividade cultural, apenas nos rodapés das divulgações elas aparecem. Aliás, hoje parece ser mais lógico gastar 85.000€ numa promoção televisiva de um não-concurso de gastronomia (com a única vantagem de comprar 2 horas de televisão na Praça da República em horário nobre, com cerca de 1 milhão de espectadores), do que prover ao devido apoio e incentivo às atividades culturais endógenas, diversificadas e para diferentes públicos.

Bem, mas para isso, tem de se olhar e ver e não apenas gerir ao sabor do vento e da moda, a maioria das vezes apenas de duvidoso gosto, como aquele mural inenarrável junto ao parque desportivo.

Assim, desde 2010, a Gala Internacional de Acordeão dos Templários realizou-se no Cine-Teatro em Tomar, sendo certo que no primeiro ano (2010), teve dois espectáculos, com mais de 75% de assistência do Cine-Teatro e uma master class realizada durante um dia. Intervenção e disseminação cultural, com cabeça, tronco e membros.

Bem, basta ver que depois das edições de 2014 e 2016, também este ano se realizou no sábado (29 de setembro), quase sem assistência, porque quase sem promoção. Está visto que voltámos à perspectiva da cultura elitizada de anos idos e Tomar está de novo a andar para trás, a nível da oferta diversificada de índole cultural. 

Já sabíamos da total falta de escrúpulos da gestora topo da nossa autarquia, com condenações em Tribunal por mentir a este e por não cumprir as suas determinações, da sua visão economicista da cultura e do desporto, da sua incultura sobre o quê e o porquê de estarmos neste território ontem e hoje, mas sempre esperámos que se pudesse rodear de quem pudesse fazer a diferença. Puro engano.

Assim, aqui fica a divulgação de Almeirim, para que possamos perceber a diferença entre o nada, onde há tudo e o esforço de onde, quase não há nada...

Tomar, merece isto?