22.10.17

Tomada de posse em Tomar, sem sonho, sem imagética, sem capacidade demonstrada...

Tomada de posse dos novos eleitos locais do Município de Tomar, no Cine-Teatro Paraíso.
Foto mediotejo.net - novo executivo municipal 2017/21 (da esquerda para a direita) Luis Ramos(PSD), Célia Bonet(PSD), Hugo Cristóvão(PS), Anabela Freitas(PS), José Delgado(PSD), Filipa Fernandes(PS) e Helder Henriques(PS) 

Assisti com interesse a mais esta cerimónia, hoje despida da pompa republicana de há quatro anos, ausente que esteve a guarda de honra dos Bombeiros Municipais, e perante uma assistência que não conseguiu ocupar mais de dois terços da plateia do Cine-Teatro. 

O mais positivo foi indiscutivelmente a paridade do executivo municipal, circunstância da eleição de três mulheres e de quatro homens para a vereação. O executivo anterior que mais paridade teve, foi o de 2009-13, com duas vereadoras, do qual humildemente fiz parte. 

Dois discursos pontuaram o encerramento. Bem, discursos é uma força de expresso: meros apontamentos. 

Zeca Pereira foi reeleito presidente da Assembleia, por 16 votos (15 do PS e 1 do presidente independente), contra 13 da lista do PSD e com três votos em branco (2CDU e 1BE). 

Do seu apontamento, realce para o agradecimento que fez a sua eleição, pelos eleitores (!), esquecendo que foram os seus pares que o elegeram. Fez menção ainda "à maioria que os eleitores lhe deram", quando "apenas" obteve 38,5% dos votos (34% para o PSD) e elegeu 10 deputados em 21. Bem. É o que temos! 

Seguiu-se o apontamento da presidente da Câmara, indiscutivelmente por si escrito, onde de forma simples colocou a nu a sua quase completa vacuidade, que já se havia observado nas intervenções tidas na campanha eleitoral. 

Três únicas questões abordadas: 

1 - as três obras previstas, com financiamento comunitário previstas, para os próximos dois anos: Palhavã, Várzea Grande e Avenida Nuno Álvares Pereira; 

2 - as novas competências a serem transferidas do Estado para a administração autárquica, sem qualquer referência de concreto para a vida dos tomarenses, conseguindo assim explicar do porquê delas nos serem prejudiciais; 

3 - a posição de Tomar no contexto da reorganização administrativa, entre a manutenção na de Lisboa e Vale do Tejo, ou aux contraire com a plena integração na região Centro ou, aqui a única novidade face à campanha eleitoral, a introdução da hipótese de criação de uma nova região do Ribatejo e Oeste - velha aspiração dos socialistas de Tomar. 

Tudo repetido. 
Sem ponta de sonho, nem caminho, sem imagética, nem capacidade demonstrada. 

O que podemos esperar dos próximos quatro anos? Apenas e só o que se viu nos últimos dois. 
(Não é de estranhar pois todos sabemos que, mesmo depois de cortada a cauda da lagartixa, continua a saltar durante muito tempo, parecendo ter vida). 

Sobre a forma de organizar o Município - pelouros e outras formas de melhorar o serviço às populações, ou ainda mais importante: de qual o desenvolvimento que se irá implementar no Concelho, nada! 

Tomar merece isto? 


Post Scriptum
Compare os discursos e conclua por si mesmo:

2013                           2017

Tomada de posse em 2013, com Guarda de Honra dos Bombeiros Municipais de Tomar