2.3.16

O MAIOR INVESTIMENTO DE SEMPRE NOS BOMBEIROS MUNICIPAIS DE TOMAR

Neste dia 1 de Março, uma semana depois de se ter assinalado a passagem do 94º aniversário da fundação dos Bombeiros Municipais de Tomar, em resultado da deliberação da Câmara, de 24 de fevereiro de 1922, que decidiu formalmente criar o Corpo de Salvação Pública e dotá-lo do seu respetivo regulamento, os Bombeiros comemoraram, como vem sendo feito desde 2014, o seu aniversário.

É sempre uma boa ocasião para se fazer um balanço do que foi feito e, muito especialmente, para se olhar para o futuro, o que foi feito pelos seus responsáveis operacionais e políticos, com a clareza e proficiência que lhes são reconhecidos.

A comunidade Tomarense mantém, no entanto, um grande desconhecimento do que são verdadeiramente os Bombeiros Municipais de Tomar.

São desde logo, um departamento do Município, com as regras da administração pública, logo aí se diferenciando dos demais corpos de bombeiros da região, como por exemplo Ferreira do Zêzere, Ourém, Torres Novas, Entroncamento ou Barquinha, os quais são detidos por Associações de direito privado (denominadas Associações Humanitárias).

Os Municipais de Tomar são ainda diferentes dos demais corpos de bombeiros profissionais, como por exemplo os Municipais de Leiria ou os Sapadores de Coimbra, uma vez que nos de Tomar coexistem bombeiros de várias carreiras da administração pública, entre assistentes operacionais e bombeiros profissionais, os quais são simultaneamente voluntários quando não estão no seu horário de trabalho, aos quais se juntam voluntários que, não sendo funcionários do Município, se disponibilizam em regime de voluntariado a executar determinadas missões, nomeadamente à noite, aos fins-de-semana e feriados, bem como reforçam o dispositivo de prevenção aos incêndios florestais durante o Verão.
Esta complexidade de organização, permitida pela legislação e sempre em constante mutação, é uma das permanentes fontes de problemas na gestão deste tipo de corpos de bombeiros e, por isso mesmo, de confusão na população.

Enfim, sobre todas as questões importa referir que todos os hoje 77 bombeiros da corporação de Tomar, nos quais se incluem os 5 elementos do comando e mais 34 bombeiros funcionários do Município, aos quais se juntam mais 28 cidadãos bombeiros apenas voluntários, dão o seu melhor em todas as missões para que são chamados. E são muitas. Mais de 9000 por ano, naquele que é o maior volume de trabalho de todo o distrito de Santarém.

Durante anos, as maiores lacunas dos Bombeiros de Tomar, a par das normais de veículos, nomeadamente ambulâncias, centraram-se na falta de recursos humanos.

Felizmente que no decurso do atual mandato municipal, foi feito o esforço de integrar no quadro do Município mais 14 novos trabalhadores bombeiros, durante o ano de 2015, tendo assim conseguido ultrapassar esse grave problema, que levava a que amiúdas vezes, o trabalho quase que duplicasse para os escassos 22 bombeiros que restavam em permanência, no início do ano passado.

As famílias dos bombeiros desesperavam, o stress era o pão nosso de cada dia, originando muitas vezes a que os conflitos, pelo excesso de permanência no quartel, se agudizassem.
Este investimento decorreu de uma estratégia, desenhada especialmente a partir de 2010, que havia definido um rumo para os Bombeiros Municipais de Tomar: a sua profissionalização a médio prazo.

 

Para que tal se pudesse concretizar, era necessário, um rejuvenescimento do Comando, aliado a um conjunto de novas contratações, de preferência num escalão etário mais baixo, em várias fases, aliada a um investimento maior na instrução e na melhoria da formação específica.
Anos sucessivos de desinvestimento na entrada de novos bombeiros, prejudicavam a sua operacionalidade.
 
A ausência de decisões quanto ao envio de bombeiros para formação arrastou-se durante anos e a desmotivação dos Homens aumentou. Tudo isso teve um epílogo final já neste mandato, tendo em resultado dessa avaliação estratégica, sido valorizado, decidido e facilitado o aumento, não só o número de horas de instrução, como de formação.  

Neste esforço e só a título de exemplo, os Bombeiros Municipais de Tomar apresentaram neste sábado, dia 27 de fevereiro a sua equipa especializada em resgate em estruturas colapsadas, denominada BREC, em resultado de recente formação realizada nos Sapadores de Coimbra, depois da preparação de mais de um ano, para que tal se concretizasse.


Atuar com estratégia é preparar o futuro e, o rumo da profissionalização, permitirá aos Bombeiros Municipais de Tomar, recuperar a médio prazo o lugar de destaque no contexto regional que já tiveram.


A aposta na formação e na instrução, onde também ganha destaque o investimento em formação especializada em Técnicas de Ambulância de Socorro, curso que dentro em breve 12 bombeiros irão iniciar, aumentará os profissionais em emergência pré-hospitalar.
Nesta estratégia não convém esquecer a mudança de paradigma desenvolvido no que aos equipamentos diz respeito. 

Assim, decidido em 2010, o investimento num Veículo de Socorro e Assistência Tático (VSAT), aprovado em 2011 e chegado em 2013, de mais de 170.000€, visou reforçar a capacidade e rapidez da intervenção de emergência em operações, como as de desencarceramento por exemplo. O investimento em ambulâncias, à medida que se foi tornando evidente que estava mais do que esgotado o anterior investimento nesses equipamentos (de 2002), só acabou por ser concretizado no final do mandato anterior (em 2013) e já com este executivo, em 2014.


Com a apresentação pública que se fez, por estes dias, de duas novas ambulâncias, cumpre-se o desidrato estratégico de renovar o decrépito parque de viaturas existente. Nenhum corpo de Bombeiros da região tinha um parque de ambulâncias tão degradado com Tomar. A estas duas novas, juntar-se-á brevemente uma terceira, cuja carroçaria é oferecida pela Liga dos Amigos dos Bombeiros e a célula sanitária paga também pelo Município. Este investimento de mais de 100.000€, permitirá dar mais folga às atuais oito ambulâncias existentes – incluindo à já “velhinha” do INEM, que está há um ano para ser substituída.


Só o ano passado, fruto da maior disponibilidade de recursos humanos, o transporte hospitalar, de emergência e agendado, aumentou 25%, tendo resultado num aumento de faturação de mais 30%, face ao ano anterior.

O investimento é compensador, não só pela receita, como especialmente pela disponibilidade de serviço para a população, a partir de Tomar sem necessitar de esperar, em caso de emergência 112, pela chegada de outros meios estacionados nos Concelhos vizinhos.
A conclusão que se pode tirar, é que nunca como neste mandato Municipal, se fez tanto investimento nos Bombeiros Municipais, como aquele que está a ser feito, apesar de estarmos a pouco mais de meio do mandato.
 


As obras de requalificação do Quartel, já com projecto preparado, que virão a representar um investimento de cerca de meio milhão de euros e a aquisição de um novo veículo de “fogo”, que durante este ano irá ser certamente concretizado, permitem compreender o acerto da estratégia desenhada, a partir de 2010 e durante este mandato especialmente concretizada e continuada.

Dentro de poucos anos, completado o processo de profissionalização, que sem demasiados sobressaltos pode ser continuado, terminando as necessárias recrutas de voluntários que ajudem a aumentar a base de recrutamento para futuros profissionais do quadro, os Bombeiros virão a ter aquilo que sempre desejaram e sempre esperaram obter até à concretização, em 2022, nas comemorações do centenário: um corpo de Bombeiros altamente especializado, profissional e com elevada capacidade operacional e de serviço à população do Concelho.

E que este caminho seja feito em conjunto. É esse o meu desejo e é essa a minha esperança.

 
*Luis Ferreira, vereador da proteção Civil e Bombeiros (2010-11), atual deputado municipal pelo PS