23.4.14

25 de Abril, pela primeira vez valorizado em Tomar

Programa oficial

Dando cumprimento a mais uma promessa por um lado, ao compromisso assumido entre o PS e a CDU e à objetivação de uma estratégia de projetar os valores, os princípios e a memória, o Município de Tomar vai este ano, apela primeira vez desde sempre, fazer uma Assembleia Municipal com sessão solene sobre o 25 de Abril. Isto tudo, além de um programa de comemorações completo, que envolve muitas associações do Concelho, desde as associações políticas e cívicas, às associações culturais e desportivas, incluindo bandas, ranchos, teatro e música coral. Tudo produção local, na valorização daquilo que Tomar promove, daquilo que Tomar tem de melhor.

Tomar entra assim, através da gestão dirigida por Anabela Freitas, no mundo da "verdade histórica", 40 anos depois do grande dia. Esta mudança, sistemática, consistente, que marca o dia a dia de um Concelho que se liberta dos fantasmas que do passado ensombraram, durante décadas, a capacidade de Tomar ficar em "linha" com o seu tempo. Liberdade é, mais do que um conceito teórico, uma vivência diária. Igualdade é, mais do que um grito de esperança histórico, um desígnio que se aplica mesmo a TODOS, em que não há privilegiados, nem perpetuação do "medo" e das "ameaças", mesmo que vindas de alguns atores associativos, empresariais ou políticos, os quais à boa maneira da "política antiga", diziam uma coisa e faziam o seu contrário. Este é, também, o desígnio socialista na gestão do Município, na indicação do caminho para Tomar: mudar tempos e mudar mentalidades, promovendo a justiça.


Cumprir Abril em 2014 é também ser exigente e se o POVO É QUEM MAIS ORDENA, o respeito e a fraternidade, são conceitos em sentido duplo.

Já a homenagem póstuma que será realizada pela câmara de Tomar aos seus ex-presidentes de câmara e assembleia será um dos pontos altos destes 40 anos do 25 de Abril. Desde logo Antunes da Silva, o presidente da comissão administrativa (e irmão de Fraústo da Silva, que estará presente e que foi uma referencia académica e politica - tendo sido mandatário da primeira candidatura de Mário Soares à Presidência em 1986 e um dos três responsáveis pela instalação em Tomar do Instituto Politécnico). Destaque também para Luis Bonet, o primeiro presidente de câmara (eleito pelo PS), o qual após esse primeiro mandato 1977-79, por duas vezes concorreu e por duas vezes assumiu o papel de vereador da oposição, valorizando a democracia conquistada com Abril.

Todos estes são motivos de orgulho e de participação, reflexão e de correção dos erros que foram e estão sendo cometidos. TODOS, independentemente da idade, estamos a tempo de aprender. Abril também nos ensinou isso, ou como dizia um célebre comunista: aprender, aprender, sempre!

25 de Abril sempre!

15.4.14

Seis meses a tentar parar o navio de Tomar contra o Iceberg

Nem a propósito faz hoje 102 anos que naufragou o transatlântico Titanic, após o embate com um enorme iceberg no atlântico norte ao largo dos bancos da Terra Nova (Canadá).

A efeméride, uma das muitas deste dia 15 de Abril, vale por si e nada mais haveria a relatar se, acaso, não fizesse no próximo dia 17 de Abril, seis meses que a atual gerência do Município tivesse tomado posse em Tomar.

Nenhuma relação há entre os dois acontecimentos?
Pois não haverá.

O que é certo é que, nos seis meses que entretanto se findarão, a situação do Município se assemelha precipitadamente à do grande navio que há mais de um século cruzava os mares às cegas e a uma velocidade estonteante, na sua viagem inaugural.

O Município de Tomar, tal a margem de erro das suas contas, tal o volume de faturas em conferência, tal as "matreirices" de quase duas décadas de "contabilidade criativa", vai saindo do nevoeiro a verdadeira situação em que vivemos: atulados em dívidas, em incumprimentos de regras básicas e simples da contabilidade pública, violando. ano após ano, os mais elementares princípios.

E do nevoeiro emerge... o Iceberg. Cada vez mais nítido, cada vez mais brilhante.
A dúvida subsiste: conseguirá esta gestão municipal livrar-nos do embate?
Há seis meses que o vimos tentando, mas a garantia de que se consegue parar a tempo não existe ainda.

Só para se ver a dificuldade: só há quinze dias atrás, se conseguiu colocar em vigor a nova estrutura do Município, otimizando e organizando os setores, cortando as "gorduras" administrativas. Tudo tirado a ferros! Quase seis meses para a concretizar, quase contra tudo e contra todos. Aquilo que em circunstâncias normais teria levado um a dois meses, em Tomar demora o dobro ou o triplo.

Será que chegaremos a tempo?
Os próximos três meses serão cruciais. Veremos quem sobreviverá, antes e depois do, eventual, embate.

Parabéns Anabela. Tens justificado, plenamente, o orgulho de quem em ti votou. Não claudiques!

7.4.14

Este livro que vos deixo, e que a minha alma ditou, vos dirá como o Aleixo, viveu sentiu e pensou.

Nas voltas da calha a entreter a razão, dei de novo com o poeta do povo - António Aleixo (1899-1949), é o mais reconhecido poeta popular do sec.XX português. Talvez pela sua combinação simples das palavras, na velha tradição do versajar quiçá de influência oriental, moçárabe ou mesmo de outros de antanho.

Agora que em Tomar se discute cada vez mais arte, seja pela recuperação que estamos finalmente a fazer do Núcleo de Arte Contemporânea, com a abertura lá para Maio (9) da nova sala de exposições temporárias no Edifício da "Comissão de Iniciativa e Turismo" seja pelo desafio da utilização dos milhões já investidos em obras sem projeto museológico no complexo da Levada, achei prudente "beber" nos clássicos populares a abordagem descomplicada que tem sobre a mesma.

A ARTE

Vejo a arte definida
Na forma de escrever
O bem ou o mal que a vida
Nos faz gozar ou sofrer.

Um poeta de verdade,
Se se souber compreender,
Não deve de ter vaidade
De o ser, porque o é sem q'rer

Ser artista é ser alguém!
Que bonito é ser artista...
Ver as coisas mais além
Do que alcança a nossa vista!

A arte é força imanente,
Não se ensina, não se aprende,
Não se compra, não se vende,
Nasce e morre com a gente.

A arte é dom de quem cria;
Portanto não é artista
Aquele que só copia
As coisas que tem à vista.

A arte e, nós se revela
Sempre de forma diferente:
Cai no papel ou na tela
Conforme o artista sente.