30.3.14

Kit de vinhos Templários volta a estar disponível em 2014

Criado durante a vereação socialista que geriu o Turismo Municipal em 2010, o kit de vinhos dos produtores do Concelho, o qual há mais de dois anos deixou de estar à venda - porque se deixou de comprar vinho aos produtores, voltará este ano a estar à venda no Turismo de Tomar.

O enoturismo, sabem-no todos os especialistas, é um vetor em desenvolvimento e é promotor de visitação ao território, animando mercados e públicos cada vez mais diferenciados.

O turista, que afinal somos cada um de nós, procura experiências, mas também procura produtos locais, que valorizem a visita realizada.

Ao repor, em breves meses, este kit é mais do que repor algo que esteve bem feito, devolver à produção vínica do Concelho o seu lugar na promoção do nosso desenvolvimento.

22.3.14

Azedo Gneco e a fundação do Partido Socialista Portugês em Tomar

Azedo Gneco, ao centro, num comício do
Partido Republicano em 1907 (Teatro do Rato)
De seu nome EUDÓXIO CÉSAR AZEDO GNECO (1849-1911), foi um dos fundadores do primeiro Partido Socialista existente em Portugal e fundado em Tomar em 1875.

Nasceu em Samora Correia (concelho de Benavente) e era gravador de profissão, medalhista e aprendiz de escultor, tendo iniciado a sua atividade política e sindical no Centro Promotor dos melhoramentos das classes laboriosas, que havia sido fundado em 1852.

Na sequência da deslocação a Lisboa, em 1871, de três dirigentes socialistas espanhóis, Azedo Gneco, participa na fundação da Fraternidade Operária, que chegou a reunir mais de 3000 sócios.

Em 1875, com Nobre França, Caetano da Silva, Agostinho da Silva e António Joaquim de Oliveira e, mais tarde, Antero de Quental, funda o Partido Socialista, aderente à I Internacional, de orientação federalista e proudhoniana.

Em 1890, Azedo Gneco criou a Liga da Dmocracia Socialista e, juntamente com Nobre da França e Ramos Lourenço, a primeira cisão entre os socialistas.

Organizou, em 1893 o Congresso Nacional Operário e o Congresso Anticatólico em 1895.

Em 1901, defende a aliança com os republicanos, contrariando a orientação de outros grupos que se reclamavam do socialismo. Mas, a partir de 1907 o Partido Socialista Português afasta-se dessa aliança, sendo totalmente dissolvido com o advento da república.

Azedo Gneco morreu em Lisboa a 29 de Junho de 1911, com 62 anos.

14.3.14

Lojas maçónicas existentes nas proximidades de Tomar na implantação da República

Fonte: A Maçonaria e a implantação da República, numa edição do Grémio Lusitano e Fundação Mário Soares, com o apoio da Comissão do Centenário da República, ISBN 978-972-8885-21-2

Nos primeiros anos do sec. XX acentuou-se a aproximação entre a Maçonaria e o movimento republicano, num movimento que tinha origem em meados do sec. XIX. A agitaçao social, o debate político e a participação cívica favoreceram o crescimento simultâneo da Maçonaria, do movimento republicano e da Carbonária. Em 1910 a Maçonaria Portguesa agrupava-se fundamentalmente em volta do Grande Oriente Lusitano Unido, de que era grão mestre, desde 1908, Sebastião de Magalhães Lima. Este que havia sido décadas antes o fundador do histórico Jorna "O Século", cedo disse ao que vinha e qua a linha que queria para a Maçonaria em Portugal, sendo que a primeira mensagem que passou ao conselho do Grande Oriente Lusitano Unido, em 4 de Maio de 1906, logo após ter sido eleito seu dirigente e anteriormente à Implantação de República Portuguesa, foi: "impor a revolução laicista como linha oficial da maçonaria"

Em 1910 existiam em Portugal 153 Lojas, às quais se juntavam 82 Triangulos. Era na faixa litoral do País e mais próximo de zons de industriaização, que a Maçonaria mais cresceu nos anos que antecederam a instauração da República e o início da laicização do País, transportando-o da idade média do pensamento, para o sec. XX.

Na envolvente à cidade de Tomar, nos seus eixos históricos de ligação e envolvente, eram estas as Lojas que existiam em 1910:

Albergaria dos Doze (Concelho de Pombal) - LOJA FERRER, existente entre 1909 e 1913, com o número de registo 311 e que praticava o rito escocês antigo e aceito. Esta loja foi o resultado da transformação (crescimento) do triângulo numero 112 criado pela Loja Gomes Freire de Leiria.

Alcanena - LOJA FIRMEZA, seguia o rito escocês antigo e aceito, que manteve atividade até 1911, com o numero 299 e a divisa Homo Integrus, esta Loja resultou da conversão do triângulo número 100 em 1909.

Alcobaça - LOJA TRINDADE LEITÃO, com o número 297, fundada em 1908, tendo existido até 1913, praticando o rito escocês antigo e aceito.

Batalha - LOJA PRESERVERANÇA, por evolução do triângulo numero 95, à qual foi dada o numero 293, tendo funcionado entre 1908 e 1912.

Caldas da Rainha - LOJA AURORA, que praticava o rito escocês antigo e aceito, instalada em 1909 na Tornada, sob o numero 304. Extinguiu-se em 1913.

Leiria - LOJA GOMES FREIRE, com o número 274 e fundada em 1907, adoptou inicialmente o rito francês, passando no ano seguinte a praticar o rito escocês antigo e aceito, altura em que foi Loja Capitular. É notável a sua atividade de disseminação da maçonaria nas zonas de Leiria, Coimbra e Figueira da Foz. Suspendeu a sua atividade entre 1917 e 1922, interrompendo-a novamente no ano seguinte. Retomou, até hoje, a atividade após o 25 de Abril de 1974.

Leiria - LOJA PORTUGAL, com o numero 294, funcionava na Gândara dos Olivais, sendo uma evolução do triângulo 103 e funcionou entre 1908 e 1911.

Lousã - LOJA PROGRESSO, com o numero 308, funcionou entre 1909 e 1913, na sequência da existência do triângulo 93. Praticava o rito escocês antigo e aceito.

Marinha Grande - LOJA HELIODORO SALGADO, entre 1907 e 1923, com o número 279. Praticava o rito francês, sendo uma evolução do triângulo 96.

Nazaré - LOJA PAZ E LIBERDADE, possuía o numero 295 e existiu entre 1908 e 1915, praticando o rito escocês antigo e aceito.

Pombal - LOJA MARQUÊS DE POMBAL, com o número 301, que existiu entre 1909 e 1913, praticando o rito escocês antigo e aceito.

Rio Maior - LOJA AMOR E JUSTIÇA, desde 1910, com o numero 312, praticando o rito escocês antigo e aceito, tendo interrompido os seus trabalhos em 1935. Esta loja resultou da conversão do triângulo 116, criado pela Loja Gomes Freire de Leiria.

Santarém - LOJA LIBERDADE, a funcionar desde 1904 com o numero 247, praticando o rito francês, transitando para o escocês antigo e aceito em 1908. Foi extinta em 1913.

São Martinho do Porto (Concelho de Alcobaça) - LOJA JOSÉ BENTO, funcionou entre 1908 e 1913. Seguia o rito escocês antigo e aceito e o numero 283.

Tomar - LOJA TEMPLÁRIOS, com o número 271, foi fundada em 1906, tendo trabalhado até 1909, mas apenas extinta por decreto de 1911, praticando o rito escocês antigo e aceito.

Vieira de Leiria - LOJA ELIAS GARCIA, foi instalada em 1909, com o número 310, tendo sido extinta em 1912, praticando o rito escocês antigo e aceito.