Carlos Carrão, o terceiro presidente que o PPD inventou nos últimos quatro anos, para colocar Tomar na cauda dos Concelhos do Ribatejo, ao fim de três meses, já demonstra estar incapaz de exercer a função.
Primeiro foi logo a 25 de Novembro, quando a Assembleia Municipal lhe recusou a revisão orçamental onde o PPD unilateralmente queria obrigar a oposição a assumir uma divida de 6,5 milhões€, unilateralmente criada e decidida pagar.
Logo ali bradou que a Assembleia estaria a cometer um ato ilegal, como se ilegal fosse exercer a democracia, através do voto.
E voltou a repetir o mau perder, quando em Dezembro a oposição lhe recusou o Orçamento da Câmara para 2012 e de novo a revisão orçamental. Novos impropérios e incapacidade de assumir que não tem maioria e não pode governar como se a tivesse.
Voltou à carga em Fevereiro e tentou, de forma atabalhoada, impor uma ordem de trabalhos para discussão de um Orcamento que entregou de um dia para o outro, sem alterar uma virgula ao anteriormente recusado. Claro que não o aceitamos discutir naquela reunião e até hoje está para agendar.
Ontem foi ainda pior: votaram os vereadores do PS e dos independentes contra a proposta de financiamento para as Freguesias, com critérios descabidos e ultrapassados e que todos os anos, Carrão, que foi durante 14 anos e plenipotenciário vereador as Freguesias, vem dizendo que é preciso mudar. Mas nunca mudou. "Este ano não dá", "vamos pensar isso para quando for possível",..., ano após ano.
Acontece que nos fartámos todos de promessas não cumpridas. Por isso os vereadores do PS apresentaram uma proposta equilibrada de transferência de competências para as Juntas, que permitiria aos seviços proporem uma nova tabela de transferências, baseada nas competências que a lei permite que para elas se transfiram. O PPD recusou equacionar. E viu chumbada a sua proposta.
Mas o caldo vir-se-ía a entornar em definitivo quando os vereadores da oposição recusaram dar o parecer prévio à contratação de serviços de Desporto até 350.000€, com o argumento que muitos destes podem e devem ser assumidos pelas Associações do Concelho.
Resposta de Carrão: "vocês querem é que eu feche o complexo desportivo".
"Mau perder", retorquimos nós. Quando perde votações, porque incapaz de dialogar, de fazer pontes e estabelecer compromissos com os eleitos dos outros partidos e movimentos, Carrão reage de forma descuidada e despropositada, denotando dificuldade em aceitar o voto democrático.
A democracia é isso mesmo: umas vezes ganha-se outras também não.
Como tive oportunidade de lhe dizer: convém que perceba rapidamente que sendo Presidente tem de aceitar as decisões dos órgãos autárquicos - Câmara e Assembleia, quer goste, quer não goste. E se não quiser aceitar isso só tem um caminho a fazer,...