13.1.12

Livros revisitados - "O sim na terra do não"

Colaboração com o Jornal "O Templário", onde com regularidade esta coluna é publicada. Pode ler todos os "Livros revisitados" em http://vamosporaqui.blogspot.com/p/livros-revisitados.html

“Para onde quer que nos viremos, estamos rodeados pelo não”, avisam os autores BJ Gallagher e Steve Ventura, em jeito de análise sintética ao mundo contemporâneo.

Numa edição da editora Bizâncio, em 2007 (1ª edição), com o ISBN 978-972-53-0338-2, esta parábola para vencer a negatividade, de forma sábia e perspicaz, acompanha um herói que se aventura na terra do NÃO à procura do SIM.

Todos os dias, milhares de pessoas colocam a questão: “será que vale a pena?”. E todos os dias alguns sabem responder SIM, quando a maioria se deixa vencer pela ditadura do NÃO. Ou dito de outra forma, numa feliz expressão de George Shaw, dramaturgo irlandês e prémio nobel da literatura, em que este sintetiza o que por vezes nos esquecemos: O homem razoável adapta-se ao mundo; o insensato insiste em tentar adaptar o mundo a si próprio. Portanto, todo o progresso depende do homem insensato.

Pois! Progresso numa terra, onde poucos são os que ousam dizer SIM.

Mas terá ela solução? Uma terra que produz teatro como poucas, que tem excelentes executantes regulares na área musical e etnográfica, que detém exemplares únicos de património natural e edificado, que é uma referência no plano da educação, do pré-escolar ao superior, saberá dizer SIM, desde que a tecla tocada seja a correcta. Tal exige compreender que o primeiro passo para a vitória é saber sempre reconhecer o inimigo. Hoje, em Tomar, é de forma determinada o NÃO, sob a forma da ignorância, do medo ou da falta de rasgo.

O livro desta semana conduz-nos através de inúmeros autores e de citações basilares de simplicidade, como quase só a cultura anglo-saxónica parece ser capaz de produzir, como a do escritor Napoleon Hill, um dos mais significativos mestres da auto-ajuda, em que nos relembra: “feliz da pessoa que desenvolveu o autodomínio necessário para manter um rumo directo para o seu objectivo de vida, sem se deixar desviar dos seus fins por elogios ou censuras” ou de que Não devemos ter medo das novas ideias! Elas podem significar a diferença entre o triunfo e o fracasso.

Esta é uma viagem para encontrar o SIM, entre os muitos NÃOS. Há menos SINS do que NÃOS, é verdade, mas geralmente precisamos apenas de um – o certo.

Tomar talvez ainda esteja longe de o encontrar, mas será por isso que se deve desistir?
Apesar de ser hoje uma terra em que NÃO há Presidente legitimado, NÃO há Orçamento para gerir o Município, NÃO há solução para o disparate ParqueT, NÃO há um Mercado Municipal, NÃO há apoio às Associações, NÃO há apoio à fixação de desenvolvimento das Empresas, NÃO há apoio social integrado, NÃO há limpeza urbana em linha com uma cidade turística, nem monumentos abertos todo o dia.
Numa terra onde NÃO há estratégia para quase nada, mas se desdenha daqueles que a têm e a demonstram, haverá ainda hipótese de descobrir um SIM?
Sou dos que acredita que SIM, que vale a pena!