27.2.11

Terá sido o voto PS contra o acordo com a ParqT o último?

Nos últimos dias alguns cidadãos mais interessados no nosso futuro colectivo me têm abordado com uma questão interessante: pode o PS manter-se coligado com o PSD e com ele manter divergências tão profundas, como aquela que deu lugar ao voto contra o acordo com a ParqT ou a abstenção no Orçamento?

Poder pode, mas manda o bom senso que não por muito tempo.
Ou seja: é perfeitamente lógico que o PS se mantenha totalmente fora de qualquer tentativa de "lavagem" dos erros no passado cometido pelo seu parceiro, visto que as divergências sobre temas cruciais foram profundas, públicas e notórias. São bons exemplos disso, a filosofia de desenvolvimento do Concelho, nomeadamente a nível dos Planos de ordenamento (Revisao do PDM) ou das opções consignadas na Carta Educativa.

Por outro lado, a partilha de responsabilidades para o futuro (de 2009 para diante), devia incluir um esforço conjunto para encontrar soluções partilhadas e estratégias conjuntas. É consensual que esse esforço foi feito essencialmente pelo PS, pois o PSD tem tido lentidão na compreensão da oportunidade única que por este (PS) lhe foi dada, tendo continuado essencialmente a decidir e a agir como se tivesse mantido a maioria absoluta e o PS fosse apenas uma extensão da sua vontade.

Com dificuldades de afirmação estratégica, várias vezes afirmada ultimamente pelo próprio Vice-Presidente da Câmara - Carlos Carrão, uma gestão cada vez mais UNILATERAL, constitui-se notoriamente como um problema grave ao qual urge dar uma solução definitiva.

Tomar não pode, nem o PS, nem o PSD devem permitir, que o seu futuro seja mais hipotecado em resultado da incapacidade decisória e estratégica, a qual parece advir de não se trabalhar com bases reais e em resposta aos anseios da grande maioria da população que em nós, PSD e PS, votou.

Chegou portanto a altura de ser reformulado o compromisso existente, em novas bases, para que Tomar não perca mais tempo para ter efectiva correcção de rumo, que alem de ser desejado pelos socialistas, o também é por cada vez mais sociais democratas.