Sou, como é sabido, colaborador do estado em regime de contrato de trabalho por tempo indeterminado, que é agora a complexa forma que o legislador encontrou para designar a generalidade dos funcionários públicos.
Enquanto funcionário publico que sou, até entrar naquilo que se designa como "comissão de serviço extraordinária", em virtude primeiro da minha nomeação para a Governo Civil em 2005 e agora pela eleição para a Câmara em 2009, fiz muitas vezes greve.
Compreendo, pela minha formação de base marxista, a absoluta necessidade da luta "de classes" como forma de implementar a "reposição de equilibrios sociais", que muitas vezes não são possíveis de outra forma. Aceito, como também é publico e notório pela minha actuação partidária há vários anos, que a luta e o combate é preferível à "ordem burguesamente amorfa e instalada", da paz podre e da política do adiamento permanente das decisões.
A greve justifica-se assim, como forma séria, de uso excepcional, para fazer sentir ao empregador uma posição de força. E Portugal precisa dessa posição de força. Chega de sermos vilipendiados pelos nossos credores, com os quais cumprimos todos os pagamentos, e que nos sugam o fruto permanente do nosso esforço diário.
Tenho para mim que esta greve geral é um grito de libertação contra o empregador.
E o empregador são os credores europeus. Aqueles bancos que recebem, com a garantia de todos os estados incluindo o português, dinheiro a 1% e nos vendem esse dinheiro a 7%.
O nosso empregador - o capitalismo agiota europeu, mas fundamentalmente alemão e francês - está a abusar e precisa de um grito geral, grevista e bem alto de: chega!
A Europa gerida desta forma, leva ao fim do Euro e destrói o sonho da paz e do desenvolvimento que animou os pais da mesma. Esta greve geral é também por respeito a eles. E também pelo respeito aos nossos filhos e netos. O País que lhes queremos deixar, foi-nos legado por Afonso Henriques e seguidores. Saibamos honrá-los!