17.9.09

Entrevista ao Jornal Cidade de Tomar

Esta é a entrevista, na íntegra, que deu ao Jornal "O Cidade de Tomar", desta semana.

1 - Como se sente o segundo lugar numa lista à câmara municipal?

Os membros das listas são essencialmente membros de uma equipa que solidariamente trabalham para o bem colectivo, neste caso do bem de Tomar em primeiro lugar. O facto de ser o número dois, só dá um acréscimo de responsabilidade no caso de poder ter de substituir o Presidente de Câmara, em razão de algum impedimento. De resto é um membro da equipa como outro qualquer. Mas globalmente, o numero dois do PS sente-se orgulhoso de integrar um projecto coerente, responsável, idóneo e liderado por um Homem Bom, o Arquitecto José Vitorino.


2 - Tomar perdeu protagonismo ou estão a ser valorizados conceitos de regresso ao passado?


Um dos problemas de Tomar é continuar demasiado agarrado ao passado, do qual eu muito me orgulho em particular. A presença romana, visigótica e o posicionamento estratégico da reconquista, como porta de entrada para o Vale do Tejo, deram-lhe a sua matriz de desenvolvimento. Na compreensão disso, devem os Tomarenses percepcionar que não é possível voltar a ter essa posição, na qual se funda a essência da sede das ordens dos Templários e de Cristo. Mas esses factos, esse passado, serão uma das nossas grandes mais valias, ainda por explorar.
As alterações havidas, no pós revolução industrial, com as indústrias, o caminho-de-ferro, o peso militar, fundam outro momento de afirmação regional irrepetível. Ficarmos "presos" a esse passado, pode ser o nosso maior erro. Compreendê-lo e daí retirar ensinamentos é importante, mais do que isso é viver noutro tempo e não perceber que tudo mudou nos últimos 20 anos.

O tempo das grandes indústrias passou.
O tempo da grande logística militar passou.
O tempo da centralidade regional passou.

Resta-nos, por isso, a especialização, por exemplo, no conhecimento (educação e formação) onde já temos alguns créditos instalados e nos serviços de apoio ao turismo e á cultura. Quantas terras conhecemos em Portugal, por exemplo, que têm uma Festa como a dos Tabuleiros e um Monumento Património Mundial, a escassos quilómetros de um centro de peregrinação internacional e de um conjunto de espelhos de água, como nós? Especialização. Nichos de mercado. Clusterização e complementaridade com os outros Municípios da região. Por aqui seremos protagonistas. Só assim poderemos dar a vida que ambicionamos para nós próprios, para os nossos filhos e netos.

Se não for para trabalhar para as pessoas, de pouco vale o esforço da actividade política. E o futuro de Tomar está nas vontades e nas competências dos Tomarenses. Por aqui seremos, também, protagonistas!

3 – Sete candidatos à câmara melhora as opções ou confude os munícipes?

Podiam e deviam ser mais. Ter muitas opções na vida só nos faz bem. Saibamos depois é perceber e separar o trigo do joio. O que interessa, o que perdura, o que tem consistência, o que existe, o que fica depois do foguetório. Os tempos não estão para aventuras irrealistas, mas sim para actuar com Imaginação, Trabalho e muita Persistência. Ao povo a decisão. Do povo o poder!

4 - Como se podem criar empresas e empregos no concelho?

Esse é um dos principais problemas do País, mas muito especialmente do Concelho. É um problema que não é de hoje, desta crise internacional, mas sim de uma persistente incapacidade do município ser pró-activo na busca de investidores por um lado, e por outro o de facilitar o desenvolvimento das actividades dos empresários existentes.
Sem Empresas e sem empresários não há riqueza, nem empregos!

O PS já propôs a criação do "GESTOR de NEGÓCIOS MUNICIPAL", conjunto de funcionários da autarquia, com formação superior adequada, especialmente nas áreas da gestão, capazes de acompanhar um projecto ou intenção de investimento, desde o primeiro ao último dia. Antever, apoiar e acompanhar (AAA), será a classificação "energética" da nossa Autarquia na sua relação com as Empresas e Empresários.

Mas há pequenas propostas que fomos apresentando, que melhoram a capacidade das empresas existentes. Desde logo o nosso compromisso de pagar TODAS AS FACTURAS da Câmara a 90 dias, NO MÁXIMO. Desde logo a redução da derrama (imposto Municipal sobre o lucro das empresas). Menos taxas, mais empresas, maiores receitas! Desde logo o taxar de forma diferenciada, conforme a sua classificação económica as empresas, nomeadamente as empresas comerciais existentes. Tem lógica, por exemplo, cobrar as mesmas taxas de saneamento básico a um restaurante ou a uma loja de roupa? Para o PS não.

No global a postura do Município deve passar da actual de dificultar o investimento, para a de facilitá-lo. Essa deve ser a essência da sua actuação.

O PS propõe ainda, desde há pelo menos 4 anos, a criação de três novos Parques Empresariais: um junto ao nó do IC9, na Estação de Fátima, que já conseguimos que fosse proposto pela equipa de revisão do PDM, estando portanto bem encaminhado, outro junto ao nó da Asseiceira e outro no Alto Pintado, reestruturando as respectivas áreas industrias já aí localizadas.

Terminar a revisão do PDM e incentivar, com política diferenciada de taxas, a recuperação urbana dos imóveis degradados, melhorará o mercado da construção e cumprirá um Concelho mais sustentável, onde as famílias maiores pagarão menos de água que as famílias pequenas, onde os residentes permanentes pagarão menos taxas, que os que têm segundas residências em Tomar.

Isto ajudará a economia local, que será ainda incentivada, a nível da Cidade, com a criação do CENTRO COMERCIAL de AR LIVRE e a introdução de um Programa de incentivo Municipal aos restaurantes, cafés, bares e dancetarias, denominado TOMAR FORA D'HORAS, transformando Tomar no local onde se vai, quase a qualquer hora, comer, passear, divertir, ouvir concertos e assistir a artes circenses de rua.

Outra das atitudes do Município será a de estar atento às oportunidades de colocação de serviços desconcentrados da Administração Pública, como por exemplo a futura sede do Círculo Judicial do Médio Tejo, a Base de Apoio Logístico do Distrito, a nível da Protecção Civil, conforme já propusemos ou os serviços de apoio às Escolas do Médio Tejo que no decurso do nosso Governo, trouxemos para Tomar.

Em todo o caso, motivar os funcionários da autarquia, reclassificando os que já melhoraram as suas competências e com a criação de prémios de incentivo, leva a uma melhoria substancial da capacidade do município dar resposta ás necessidades dos empreendedores, das famílias e no fundo de todos os cidadãos. Loja Social, para apoiar quem precisa, Gestor de Negócios para quem vai criar riqueza e empregos, Loja do Cidadão na Cidade e Posto de Atendimento ao Cidadão na Linhaceira, para melhorar o acesso aos serviços públicos. Proximidade e profissionalismo na actuação, será assim o Município de Tomar, na primeira gestão do SecXXI. Para melhor está bem está bem, para pior já basta assim, diz o povo, e com razão.

5 - Sente-se optimista em relação ao desenvolvimento do concelho e do país?

Correndo o risco de ser pouco original devo confessar que me reconheço na íntegra na expressão de que "não conheço nenhum general pessimista que tenha ganho uma batalha." Metade do nosso problema está na atitude com que enfrentamos as adversidades. Muito se calhar em função dos sete anos de vida militar que tive, acredito que os problemas se enfrentam com inteligência, mas sempre de forma vertical e com o estoicismo necessário. E mesmo sabendo que os optimistas fazem metade do que dizem, prefiro-os aos pessimistas que não fazem nada. Sou por isso um optimista, em relação ao nosso futuro colectivo, em Tomar e no país!

6 – Algumas razões para se votar na sua lista?

Os Tomarenses têm uma única razão para votar PS: sabem que com o PS, Tomar fica em boas mãos!