21.2.07

QUANDO OS INDEPENDENTES SE ESPALHAM, PELOS SEUS PRÓPRIOS PASSOS

Tenho mantido alguma observação mais distante da blogosfera Tomarense, em virtude de considerar que apenas devemos dar importância aos que assinando, dão a cara e como tal, com eles podemos estabelecer um princípio democrático importante, como é o princípio do contraditório.

Tal tem acontecido nos últimos dias com o meu colega Deputado Municipal João Simões, em virtude do facto de reiteradamente este tentar dar sempre “as grandes notícias”, com o objectivo evidente de pretender demonstrar que o grupo político pelo qual foi eleito é o mais atento, o mais bem informado, quiçá o alter-ego da democracia Tomarense.

Ora a democracia não precisa de tutores, novos ou velhos, como é o caso, actuais ou ultrapassados, nas acções, nas perspectivas, no sentido evolutivo societário, como é também o caso.

Todos somos Tomar, tem escrito o Presidente do meu Partido, e é assim que pensamos por lá.

O problema do colega Deputado João Simões e do seu cabeça de Lista à Assembleia e meu contendor directo ao cargo, Deputado Fernando Oliveira, é que parecem achar que Tomar é apenas deles ou de quem eles dão autorização que seja.

Um exemplo claro disso é a discussão da paternidade da ideia de qualquer Referendo, a reboque claro de uma discussão pública iniciada pelo PS, sobre a importante destruição do Mercado proposto pelo executivo PSD da Câmara de Tomar.

Tomar sempre foi assim: cheio de tutores e de Homens cheios de certezas, nobres e burgueses de diferentes matizes ideológicas “acima dos outros”, capazes de “orientarem os pobres de espírito”, que seriam sempre todos os outros que não eles. Pois! Mas Tomar é mesmo de Todos e não deles.

Percebe-se bem o porquê: Integrando um projecto pessoal de Pedro Marques, que não perdoa o facto de não ter tido um único dirigente do PS a propô-lo para cabeça de Lista nas últimas autárquicas, são reféns da sua visão da política – “ela serve para me servir, não para eu servir os outros”.

E o Deputado João Simões, cidadão que sempre aprendi a respeitar, comete um erro clássico: na ânsia de dar nas vistas, esqueceu-se de garantir que não tinha “telhados de vidro” na sua actuação política.

E o caso até nem podia ser mais simples: ela coordena a única Comissão Permanente da Assembleia Municipal que esteve seis meses sem reunir e sem produzir trabalho. Para quem queria governar a Câmara parece muito pouco não acham?

A única Comissão que é coordenada pelos Independentes de Pedro Marques, é a única que não funcionou durante seis meses!

Neste caso todas as interpretações são possíveis: não quis reunir porque não havia matéria; não quis reunir porque queria estabelecer pontes com a maioria PSD na Câmara; não quis reunir porque se esqueceu; não quis reunir porque acha que as Comissões não servem para nada; não quis reunir porque coloca em causa a tutoria democrática dos “Sábios de Tomar”…

Mas tal até nem é muito grave: apenas demonstra que os Homens erram, que ninguém é perfeito, nem há grupos políticos isentos de erros.

Mas para um grupo político que se tenta sempre apresentar como uma alternativa aos “partidos do sistema”, PS e PSD, é pouco não acham?

É no que dá querer tentar demonstrar que se é muito melhor que todos os outros.

É pena, porque no PS muitos têm errado, a começar por mim próprio e disso não devemos ter qualquer vergonha: é da vida!

De facto convenhamos que é muito mais justo assumirmos que TODOS SOMOS TOMAR, sem tutorias, nem alter-egos!