8.6.06

Portugal é o porto do Graal

[Jornalista CARLA MARINA MENDES - C.Manhã(Cultura & Espectáculos)] - [6/6/06]

Especialista acre item que o mistério do cálice sagrado pode ter resposta entre nós
O tema fascina há muito teólogos e leigos


O livro é um 'hest-seller' mundial, o filme enche as salas de cinema desde a estreia. O tema, esse, fascina há muito teóricos e leigos, não falasse ele sobre um dos grandes mistérios da História: o Santo Graal. Mas n"O Código Da Vinci' Dan Brown ignora estranhamente Portugal, apesar de os guardiães do Graal, os Templários, terem no nosso país um dos seus grandes monumentos, o Convento de Cristo, em Tomar, e de terem vindo para cá quando foram obrigados a fugir da Terra Santa. Ou não.

Vítor Manuel Adrião, presidente da Comunidade Teúrgica Portuguesa e autor de várias publicações, entre elas a 'História Oculta de Portugal' (ed. Medras), não tem dúvidas: o nosso país foi ponto de paragem do Santo Graal. "A tradição refere que São Bernardo Claraval mandou recolher, nas galerias do Templo de Salomão, um objecto sagrado que mandou trazer para a Europa", explicou do o conde D. Henrique o convidou para o Mosteiro de St." Maria de Alcobaça, o Santo Graal veio para cá."

Para o especialista, são vários os pedaços de História que fundamentam a suspeita de que Portugal foi o porto do Graal. "No documento de doação de Tomar aos Templários, há um sinal rodado, um selo oficial, onde se pode ler 'Porto Graal'. Ou seja, Portugal, porto do Graal, faz todo o sentido."

O CÓDIGO DO ‘CÓDIGO’
Vítor Adrião não é o único a acreditar na teoria. O mesmo pensa Frederico Duarte Carvalho, autor de 'A Mensagem Brown - O Código Dentro do Código Da Vinci' (ed. Contemporânea Editora). Para o jornalista, as combinações matemáticas e referências cruzadas que leu nas entrelinhas do livro de Brown são mais do que coincidências.

E nem as tentativas infrutíferas de confirmar as suspeitas junto do escritor americano lhe abalaram a convicção. "O nosso país está presente, em código, no livro. Aliás, Portugal é o porto do Graal."
A primeira pista surge, diz, no 5.º capítulo, com o início da viagem do 'Bispo Aringarosa' de Nova Iorque para Roma. "E a única menção a Portugal, quando o avião sobrevoa a nossa costa", declara. Depois, foi só fazer conta: “A viagem começa no capitulo 5, prossegue no 10 e termina no 22. Somando todos os números, temos 37. Li o capítulo com esse número e verifiquei que era nele que surgiam, pela primeira vez, as palavras Santo Graal. Senti que estava no caminho de algo."
A viagem à descoberta do código dentro do 'Código' levou Frederico Carvalho a aventurar-se pela literatura nacional, história e arte, recolhendo indícios que permitiram criar a sua própria teoria e um livro que, afirma, "não pretende convencer ninguém, mas apenas ensinar as pessoas a identificar os sinais".

TRÊS SÉCULOS DE PODER E HISTÓRIA
A Ordem dos Templários foi criada em 1118, em Jerusalém, por nove cavaleiros de origem francesa, para proteger os peregrinos que se deslocavam aos locais sagrados conquistados na Terra Santa durante as Cruzadas. Reza a lenda que os primeiros cavaleiros se instalaram no antigo Templo de Salomão, onde encontraram documentos e tesouros que os tornaram poderosos. Diz-se que ficaram ainda com a tutela do Santo Graal, o cálice onde foi recolhido o sangue de Jesus Cristo na cruz e que já fora usado na Última Ceia. No século XIV e com o extermínio da Ordem pelas perseguições de Filipe o Belo, rei de França, os Templários refugiaram-se em Portugal. Sob os auspícios de D. Diniz, foi fundada a Ordem do Cristo - sediada no Convento de Tomar -, que herdou os bens dos Templários portugueses e desempenhou um papel fulcral nos Descobrimentos.